quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Representação contra auxílio-moradia cria mal-estar no MPF e Procurador poderá ser expulso da associação da categoria

O ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles já havia elaborado um manifesto contra o benefício
Foto:  Antonio Cruz / Agência Brasil
O procurador da República em Pernambuco Luciano Rolim virou alvo de seus colegas na rede interna do Ministério Público Federal. O motivo é a sua representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra o auxílio-moradia a ser pago a promotores, defensores públicos, procuradores e juízes. O benefício é retroativo por até cinco anos e foi aprovado para todos os detentores desses cargos em resoluções da Defensoria Pública da União e conselhos nacionais de Justiça e do Ministério Público. Além de pedir a suspensão do pagamento, Rolim revoltou os colegas por ter se recusado a divulgar a íntegra do pedido. A discussão envolve alguns dos procuradores mais conhecidos da instituição e inclui até ameaças de representação contra ele no CNMP e de expulsão da associação da categoria.
Em texto aos colegas, Rolim destaca que já se manifestava contra o auxílio desde setembro e decidiu entrar com a representação porque ninguém havia tentado sustar a medida. “Quem me dera tivesse outro órgão ou cidadão tomado a iniciativa! Teria poupado meu tempo e me livrado de muito constrangimento e dissabor”, escreveu. Um procurador chega mesmo a qualificar a atitude contrária ao benefício como “messiânica” e atribui tal comportamento a “questões emocionais mal resolvidas”. O ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles já havia elaborado um manifesto contra o benefício, em que condena os “penduricalhos” usados para “ludibriar o texto constitucional”, em referência ao teto salarial do funcionalismo. Outros colegas assinaram o manifesto e se comprometeram a não entrar com pedidos para receber o auxílio. Mosaico Político

Nenhum comentário: