quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PSOL obtém assinaturas para criar CPI no Senado sobre listagem do HSBC

Randolfe Rodrigues quer que governo obtenha e informe nome de correntistas
Lula Marques/Folhapress - 5.jul.2012
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) obteve na noite de 4ª feira (25.fev.2015) as 27 assinaturas necessárias para solicitar a instalação de uma CPI no Senado sobre a listagem de correntistas brasileiros da agência do HSBC na Suíça em 2006 e 2007.
Randolfe fará um discurso no plenário do Senado nesta 5ª feira (26.fev.2015) sobre o tema. Ele pede que o Ministério da Fazenda, que comanda a Receita Federal, e o Ministério da Justiça, órgão superior à Polícia Federal, obtenham e informem o nome dos brasileiros que tinham contas na agência do HSBC em Genebra e “condutas ilícitas supostamente imputadas'' a eles.
O senador Randolfe também pretende, com a comissão, pressionar veículos de comunicação para que ampliem a cobertura sobre o SwissLeaks. Segundo ele, “apesar do evidente interesse público de um assunto tão polêmico e bilionário, a pauta do ‘SwissLeaks’ vaza na imprensa brasileira pelo esforço quase solitário de blogs e blogueiros desvinculados da grande mídia''. Leia a íntegra de seu discurso.
Cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), analisar se o requerimento da CPI preenche os requisitos necessários e determinar sua instalação.
A listagem de 106 mil clientes de 203 países com conta no HSBC foi retirada do banco por Hervé Falciani, um ex-funcionário da instituição, e entregue a autoridades francesas em 2008. Em 2010, o governo da França passou a compartilhar o acervo vazado do HSBC com outros países que demonstraram interesse –não foi o caso do Brasil até o SwissLeaks vir à tona, em fevereiro deste ano.
O governo federal não tem a listagem completa dos 8.667 brasileiros que eram correntistas do HSBC na Suíça em 2006 e 2007. A Receita Federal afirma estar em contato com autoridades europeias para obter os dados, em atuação coordenada com o Banco Central e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
SWISSLEAKS
A listagem completa foi obtida pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) numa parceria com o jornal francês “Le Monde”. A investigação foi batizada de SwissLeaks (vazamentos suíços) porque teve origem no maior furto de dados bancários da história. A coordenação da apuração do SwissLeaks no Brasil é feita com exclusividade pelo UOL, por intermédio do jornalista FernandoRodrigues, que é integrante do ICIJ.

O ICIJ não pretende publicar a íntegra dos arquivos obtidos, em nenhum país. O fundamento desta decisão é explicado no site da entidade. O ICIJ é uma “organização de jornalismo investigativo”, e “publica reportagens que tenham interesse público”. Os arquivos mostram que “alguns clientes algumas vezes foram ajudados pelos funcionários do banco a sonegar impostos e praticar evasão de divisas de seus países”. Já “outras partes dos arquivos são de natureza privada e não têm interesse público”. “O ICIJ não fará divulgação em massa de dados pessoais, mas vai continuar a investigar todos os dados com a ajuda de seus parceiros na mídia”.
O caso está detalhado neste post: “Entenda o caso SwissLeaks-HSBC”. Fernando Rodrigues

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Ed Sheeran - Give Me Love


CAÇADA A LULA MARCA UM PAÍS CONFLAGRADO

O dia começou cheio de notícias do "fim do mundo" em um país tropical bonito por natureza mas agora vincado pela intolerância e cada vez mais dividido pelo muro do "nós e eles". As fotos dos enfrentamentos físicos na porta da ABI durante ato em defesa da Petrobrás e do ex-ministro Guido Mantega sendo expulso de um hospital por pessoas exaltadas são apenas o emblema do que se passa no leito largo da sociedade, onde a questão política divide até as famílias. Enquanto isso, os ativos do país vão se erodindo.
No ato de ontem, Lula fez o que mesmo que em 2005, quando cresceu o movimento por seu impeachment: avisou que não se mataria como Getúlio, não renunciaria como Jânio, não seria deposto como Jango nem sofreria o impeachment como Collor. Chamaria o povo de casa em casa para defender a vontade popular que lhe dera o mandato. E o fez porque sabe que, mais do o impeachment de Dilma, busca-se a sua inelegibilidade em 2018. Isso é que resume sua frase desafiadora de ontem: "O mais importante legado que minha mãe me deixou foi o direito de andar de cabeça erguida e ninguém vai fazer eu baixar a cabeça neste país. Honestidade não é mérito, é obrigação. Eu quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também".
Lula sabia, há alguns dias, que as investigações da Operação Lava Jato miravam as obras do setor elétrico. Exatamente porque a maior parte dos contratos com empreiteiras para a construção das grandes hidrelétricas do norte do país foram firmados em seu governo. Com a descoberta de irregularidades nestes contratos ele poderia vir a ser responsabilizado e, se condenado, ficaria inelegível. Hoje circula a notícia de que os acordos de delação premiada que estão sendo negociados entre o Ministério Público Federal no Paraná e os executivos de empreiteiras presos podem incluir o setor elétrico. Eles vêm resistindo, diz a colunista Monica Bérgamo, da FSP, mas a pressão dos procuradores é grande. E nesta altura, tudo o que desejam "é colocar um ponto final da situação em que se encontram", nas celas do juiz Moro.
Quase todas as grandes empreiteiras participam dos consórcios montados para realizar aquelas obras monumentais, como a usina de Belo Monte e as de Jirau e Madeira. Belo Monte é o primeiro alvo das investigações.
Para "pegar Lula", vem sendo articulada também no Senado a CPI do BNDES. Ontem alguns deputados da oposição discursaram contra o financiamento de obras em Cuba, Moçambique, Angola, Equador, Argentina e outros países. Em verdade, o BNDES nem poderia financiar obras em países estrangeiros. O que ele fez foi aportes financeiros para as empresas brasileiras que foram contratadas para obras como o porto de Mariel, em Cuba, mediante a condição de que todos os insumos sejam comprados de indústrias brasileiras, gerando emprego e renda dentro do país. A desejada CPI do BNDES quer investigar estes financiamentos e o papel que Lula teve na contratação de tais obras, quando era presidente, com sua diplomacia presidencial ativa.
Tornar Lula inelegível, para as forças de oposição, é atalho mais certo para a alternância no poder em 2018. Se Dilma fica, com o governo cercado e imobilizado, terminará como uma pata manca, sem condições de influir na sucessão. E se Lula estiver fora do páreo, será mamão com açúcar.
Jogo é jogo, também na política. Mas o limite dos jogos de poder é o interesse coletivo. Se para ganhar for preciso destruir os ativos do país, como a Petrobrás, as empreiteiras e suas associadas, deixa de ser jogo e vira guerra. E nas guerras, o povo sempre perde. Brasil247

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

DPU pede anulação da Operação Lava Jato

Depois de advogados criminalistas, agora é a Defensoria Pública da União que pede a anulação de investigações ligadas à operação “lava jato”. A instituição, que representa um dos réus do caso, alega que interceptações telefônicas da operação foram ilegais e que o caso não deveria ter passado pelas mãos do juiz federal Sergio Fernando Moro. Os argumentos aparecem em defesa protocolada nesta terça-feira (10/2) na Justiça Federal em Curitiba.
Carlos Alberto Pereira da Costa é acusado de usar empresa para lavar dinheiro
Reprodução
O documento é assinado pela defensora pública federal Érica de Oliveira Hartmann, que representa Carlos Alberto Pereira da Costa. Ele administrava a GFD Investimentos e é acusado de ter usado a empresa como fachada para receber valores de empreiteiras que fraudariam contratos da Petrobras, trabalhando com o doleiro Alberto Youssef em crimes de lavagem de dinheiro.
A Defensoria não discute o mérito da denúncia, pois preferiu deixar essa parte para o final do processo. Hartmann preferiu focar na condução da “lava jato”, definindo como ilegais as interceptações de conversas do réu. “A fundamentação utilizada nas decisões (...) não se ateve aos requisitos exigidos pela lei, mas apenas aos resultados das diligências anteriores e, como tal, não passa de mero argumento retórico (aqui tomada a retórica em seu sentido pejorativo, por certo) e vazio de conteúdo democrático e constitucional.”
Para ela, o juiz e a Polícia Federal apostaram desde o início no “meio ‘mais fácil’ e certamente ‘mais rápido’ e por vezes até ‘menos custoso’, para o fim de tornar regra a exceção”. “A eficiência a qualquer preço e o punitivismo ceifaram de morte a garantia constitucional prevista no artigo 5º, XII, da CR/88”, afirma. O documento critica ainda as “excessivas” prorrogações dos períodos de grampos.
Competência questionada
Também na avaliação da defensora, “por certo que o juiz natural para julgamento de todos é mesmo o Supremo Tribunal Federal”, pois foram citadas pessoas com prerrogativa de foro e todos os indícios apresentados estão interligados.

Mesmo que o STF mantenha o desmembramento das acusações, ela afirma que questões geográficas não permitiriam deixar todo o caso no Paraná. “A competência se fixa pelo local da consumação do delito ou, no caso de tentativa, no local do último ato da execução. Eis a regra geral da fixação da competência territorial”, diz. Como Pereira da Costa assinou contratos no interior paulista, em Barueri, ela entende que o processo deveria ficar na Justiça Federal em São Paulo.
Outro questionamento está na demora de acesso aos depoimentos dos corréus Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, que firmaram acordos de delação premiada. Hartmann diz que a fase de instrução teve início sem que fosse concedido o acesso às declarações, o que caracteriza “privilégio da acusação sobre a defesa no presente processo penal, com ofensa ostensiva à paridade de armas”.
Com esses argumentos, a defensora pede que seja declarada a nulidade absoluta do feito, com sua remessa ao juízo competente (STF ou JF-SP), e que a denúncia inicial seja rejeitada, “por ausência de justa causa para o exercício da Ação Penal”. Conjur
Clique aqui para ler a defesa.
Processos: 5083351-89.2014.4.04.7000
                    5083401-18.2014.4.04.7000

"Carta Aberta" da Associação dos Defensores sequer repudiou críticas de Desembargador

Em "Carta Aberta" a Associação dos Defensores Públicos do Estado do Pará (ADPEP) e da Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) veio prestar "esclarecimentos" sobre as afirmações do Desembargador do Tribunal de Justiça do Pará, Mílton Nobre, que criticou a atuação dos Defensores Públicos do Estado.

No vídeo divulgado com exclusividade pelo blog, o Desembargador afirmou que "defensor não pode ser fiscal da lei (...) se metendo em ônibus, se tem ou não subida, pelo menos a boa educação manda que fizesse um ofício para o Procurador Geral de Justiça tome as providências", acrescentando que os Defensores Públicos estariam invadindo a competência do Ministério Público.

O Desembargador indicado pelo quinto constitucional da OAB e que já foi Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará certamente não conhece a legislação que trata das atribuições da Defensoria Pública, dentre os quais a que coloca a Instituição como uma das legitimadas para propor ação civil pública (art. 5, II, da Lei n. 7.347 - Lei da Ação Civil Pública), e que uma das funções institucionais do órgão é a defesa dos  direitos e interesses individuais, difusos, coletivos, individuais homogêneos e dos direitos do consumidor (art. 4, VIII, da Lei da Defensoria Pública), entre outras.

A "Carta Aberta" assinada entre ADPEP e ANADEP sequer repudiou as palavras do Desembargador, que criticou duramente Defensores Públicos do Estado que atuam no Núcleo do Consumidor, se atendo apenas a destacar que os Defensores estão agindo de acordo com suas atribuições.

A resposta das Associações mas parece algo protocolar do que de fato uma defesa das prerrogativas dos membros da carreira.





As Usinas Hidrelétricas do Tapajós: Lá vem o progresso

Senador quer indígena do Pará no comando da Funai

Iza Tapuia
A presidente Dilma Rousseff deve bater amanhã (10) o martelo da nomeação do novo (ou nova) número 1 da Funai(Fundação Nacional do Índio).

Da etnia macuxi, o senador Telmário Mota ( PDT), de Roraima, tem feito lobby pesado – e estranhamente sem apoio da bancada do Pará no Senado – para que a ocupante do cargo seja uma indígena paraense nascida em Santarém.
Trata-se da antropóloga, com doutorado engatilhado, Iza Tapuia (foto).
Consultora da Unesco para assuntos ligados à educação indígena, ela comandou a Coordenadoria de Proteção dos Direitos dos Povos Indígenas e das Populações Tradicionais do Pará na gestão da ex-governadora Ana Júlia Carepa (2007-2010)Blog do jeso

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sam Smith - Stay With Me (Live) ft. Mary J. Blige


Ed Sheeran - Thinking Out Loud


Não é por ser gay que eu... (It's not because I'm gay that I...) - english subs on


Gays de Ipanema


CAVALEIROS DO FORRÓ - GELO NA BALADA


LULA VENCE QUESITO 'MELHOR PRESIDENTE' NO DATAFOLHA

Ao apurar a baixa geral de popularidade das autoridades, a divulgação Datafolha deixou de dar destaque a um conjunto de respostas para uma pergunta objetiva feita no levantamento: qual foi o melhor presidente do Brasil em todos os tempos?  O motivo da edição não ter destacado esse ponto pode ter sido a expressividade das avaliações. O ex-presidente Lula, em meio à ampla debacle no prestígio dos executivos públicos, foi reconhecido por 56% dos entrevistados como o melhor presidente da história.
Pode-se alegar que há, no resultado, um efeito recall, mas, da mesma geração, o ex-presidente Fernando Henrique ficou em segundo lugar – mas com apenas 13% de menções. Getúlio Vargas teve 6% e Dilma 5% de aprovação. Sarney ficou com índice de 2% e Itamar Franco e Collor 1%.
Essa faceta da pesquisa Datafolha deixa claro que, apesar de amargar neste momento uma baixa na popularidade da presidente Dilma, que desceu  para 23%, o PT ainda detém a maior perspectiva de poder entre todas as legendas – exatamente com Lula como candidato a presidente em 2018.
Em seu discurso na festa de 35 anos do PT, o ex-presidente deixou claro que segue querendo comandar uma renovação do partido. Mesmo um tanto abatido pelo momento, Lula chamou seus partidários a enfrentarem acusações e adotarem a postura necessária para punir que se desviou da rota original da agremiação.
Entre os que apontaram Lula como o melhor presidente que o Brasil já teve, 64% são jovens. Segundo a pesquisa, a aprovação de Lula é maior entre os mais pobres, com 61%. Na categoria por regiões, Nordeste e Norte apresentam índice elevado de aprovação a ele. Brasil247

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Lá no Brasil invisível

Em uma viagem pelo interior mais pobrezinho do Nordeste, este jornalista deu com uma cena que então parecia meio exótica. Crianças alimentadas, numa barulheira alegre, lotavam um ônibus escolar amarelo como aqueles de filme americano, mas estalando de novo.
De onde saíra aquilo? Na lataria, estava escrito: "Programa Caminho da Escola - Governo Federal". O jornalista confessa com vergonha que até este ano jamais ouvira falar do "Caminho da Escola". Além do mais, tende a desconfiar de que alguns desses programas com nomes marqueteiros sejam ficções, que existam apenas naquelas cerimônias cafonas de anúncios oficiais.
O "Caminho da Escola", porém, financiou quase 26 mil ônibus desde 2009, em mais de 4.700 cidades. Digamos que os ônibus carreguem 40 crianças cada um (deve ser mais). Dá mais de 1 milhão de crianças. Conhecendo a falta de dinheiro e as distâncias das escolas nos fundões do país, isso faz uma diferença enorme.
Daqui do centro rico de São Paulo, o Brasil, esse país longínquo, e muitas ações do governo parecem invisíveis. Quase ninguém "daqui" dá muita bola para programas populares dos governos do PT até que o povo miúdo apareça satisfeito em pesquisas eleitorais.
Juntos, tais programas afetam a vida de dezenas de milhões de pessoas, tanto faz a qualidade dessas políticas, umas melhores, outras nem tanto, embora nenhuma delas seja nem de longe tão ruim quanto a política econômica.
Quem "daqui" conhece o Programa Crescer (Programa Nacional de Microcrédito)? Existia desde 2005, foi reformado por Dilma Rousseff em 2011, quando passou a contar com crédito direcionado e juro baixo, ora negativo (5%, abaixo da inflação).
O Crescer já financiou o negociozinho de 3,5 milhões de pessoas, um terço delas recipientes de Bolsa Família. Tem uma versão rural, mais antiga, mas vitaminada nos governos do PT, o Pronaf, que ofereceu crédito a juro real ainda mais baixo a 2,2 milhões de agricultores pequenos na safra 2012/13.
O Pronatec já é mais falado, mas pouco conhecido (até mesmo pelo governo, que só agora começou a fazer uma avaliação de resultados). Irmão mais novo e em geral grátis do universitário Prouni, trata-se de um conjunto variadíssimo de ações que procura oferecer cursos profissionalizantes e técnicos (ensino médio).
Desde sua criação, foram mais de 5 milhões de matrículas (há evidências esparsas de grande evasão, de uns 20%, mas ainda falta estatística séria). A maioria das vagas é reservada para os mais deserdados dos brasileiros.
Reportagem desta Folha mostrou que os 13 mil médicos do Mais Médicos devem estar ao alcance de cerca de 46 milhões de pessoas no ano que vem. Não é uma política ampla de saúde, está claro. Mas, outra vez, vai resolver muito problema de muita gente deserdada desta terra.
O Minha Casa, Minha Vida já entregou 1,32 milhão de casas; tem mais 1,6 milhão contratadas. Beneficia 4,6 milhões de pessoas.
Junte-se a isso tudo as já manjadas transferências sociais, em dinheiro, crescentes em valor e cobertura. É muita gente "de lá" beneficiada. Goste-se ou não do conjunto da obra, o efeito social e político é enorme.

A gente "daqui" precisa visitar mais o Brasil. UOL

vinicius torres freire
Vinicius Torres Freire está na Folha desde 1991. Foi secretário de Redação, editor de 'Dinheiro', 'Opinião', 'Ciência', 'Educação' e correspondente em Paris. Em sua coluna, aborda temas políticos e econômicos. Escreve de terça a sexta e aos domingos

Globo mandou remover todas citações a FHC em reportagens sobre Lava Jato

O PIG - globo logo golpe golpista cópia

Trecho de post do Nassif, publicado hoje em seu blog:
O jogo da informação
É por aí que se entende a campanha da mídia em busca do impeachment.
Os vícios do modelo político brasileiro afetam todos os partidos. Mais ainda o governo FHC com a compra de votos e as operações ligadas ao câmbio e à privatização. A gestão Joel Rennó foi das mais controvertidas da história da empresa.
Ao tornar o noticiário seletivo, os grupos de mídia conspiram contra o direito à informação, centrando todo o fogo em uma das partes e blindando todos os malfeitos dos aliados.
Ontem, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo com o seguinte conteúdo:
“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação
Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.
O recado se deveu ao fato da reportagem ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco – de que recebia propinas antes do governo Lula.
No Jornal Nacional, o realismo foi maior. Não se divulgou a acusação de Barusco, mas deu-se todo destaque à resposta de FHC (http://migre.me/oyiwP) assegurando que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; e no governo Lula, de acertos políticos.
Proibiu-se também a divulgação da denúncia da revista Época (do próprio grupo) contra Gilmar Mendes.
*
Que primor de “isenção”! Tijolaço

O fim do Estado de Direito

estadodedireito
Sou de uma geração que cresceu tendo o Estado de Direito como um dos sinônimos de democracia.
O outro era o voto direto.
Custou-nos muito, nossa juventude, trazê-los de volta.
E, certamente por isso, é assustador ver que ele vai sendo, progressivamente, abolido em nosso país.
Com os arreganhos do Ministério Público, do Judiciário e sob os calorosos aplausos da imprensa.
A opinião pública, sobretudo a mais informada, patina à beira da histeria do “prende e arrebenta”, que julgávamos ido com Figueiredo.
Para alguns, porque para os que se dispõem atender às intenções dos “investigadores”, movidos por um cínico “arrependimento” que pode lhes deixar impunes, há quase que o carinho midiático.
A condução coercitiva do tesoureiro do PT à Polícia Federal, hoje, é mais um dos sinais de que voltamos ao arbítrio.
Nem as citações ao nome de João Vacari Neto são novas, nem ele se encontra desaparecido, nem mesmo foi intimado a depor e não compareceu.
Serviu, apenas, para simular uma “prisão”, causar um constrangimento, uma exposição que, afinal, só será merecida se houver provas.
Porque doações de empresas, especificamente de empreiteiras e, mais especificamente, de empreiteiras envolvidas na “Lava Jato” há para o PT, o PMDB, o PSDB e mais um monte de partidos.
Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas em São Paulo, com documentos da Justiça suíça comprovando o recebimento de dinheiro no exterior, não foi conduzido “sob vara”.
Roubam um processo de sonegação de um bilhão de reais da Globo e não convocam sequer um infeliz a depor.
É claro que, se há acusações, Vaccari deve ser intimado a depor. Ele não é diferente, melhor ou pior, que qualquer cidadão brasileiro, por ser dirigente do PT.
Mas não transformado em personagem de um processo midiático de “suposta prisão”.
A condução coercitiva a interrogatório já é, por si só, de duvidosa legalidade – porque o interrogatório é meio de defesa, não de acusação ou produção de prova, essencialmente.
Muito menos quando isso se faz sem que haja negativa de comparecer a esclarecimentos.
Tornaram-se repugnantes os métodos desta investigação, na prática conduzida – e só isso é um absurdo, Juiz conduzir investigação -,  pelo Dr. Sérgio Moro.
Os ladrões confessos pontificam, com uma quase “presunção da verdade” sobre tudo o que dizem, numa inversão de valores total.
Pessoas são metidas na cadeia e lá permanecem por meses , até que “resolvam”  acusar “agentes políticos”.
O juiz “exige”, para soltá-los, que se rompam todos os contratos de entes públicos com as empresas, haja ou não indícios de irregularidades neles.
Falta algo para que estejamos diante do arbítrio?
Ah, sim, a revogação daquela outra “coisinha” que tive, na juventude, como sinônimo de democracia.
O voto direto da população

Defensor exige de Governador do Paraná, do PSDB, material escolar, transporte, enfermaria e desculpas públicas aos estudantes da rede estadual

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Uma corajosa ação judicial foi ingressada, nessa sexta feira, pelo Defensor público estadual Bruno Passadore, requerendo do Governo Beto Richa o fornecimento de material escolar, transporte e enfermaria aos estudantes das escolas públicas do Paraná, além de um pedido de desculpas públicas do governador por negligenciar esses direitos aos alunos.
O Defensor pede na ação uma decisão em caráter liminar do juizado da Vara da Infância e Juventude de Curitiba para que, já no início do ano letivo, inicialmente agendado para a próxima segunda, as crianças e jovens matriculados na rede pública tenham seus direitos assegurados.
A medida visa estimular a frequência escolar, tendo em vista que a falta de material escolar e transporte gratuito estão entre os principais fatores de evasão, e bem como a garantia de atendimento de emergência nas escolas, através das enfermarias.
Documentos juntados à petição inicial demonstram que em diversas cidades paranaenses não há transporte escolar e fornecimento de material didático pelo Governo Estadual, apenas pelo Governo Federal. Por isso, o Defensor pleiteia a publicação de nota oficial, em jornal de grande circulação, com um pedido de desculpas do Governador aos estudantes da rede estadualBlog do André Machado

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Uma elite que combate Bolsa Família, mas não se acanha em usar mordomias do Estado

Por Ana Helena Tavares
Do QTMD? (Quem tem medo da democracia?)
Um grupo de mulheres de deputados reúne-se num chá oferecido por uma delas. O convidado de honra é Eduardo Cunha. No cardápio, um pedido para que volte um benefício que garante às madames passagens de graça para acompanhar os maridos.
O que isso diz sobre a sociedade brasileira? Machismo em alto grau partindo de mulheres. Hipocrisia de uma elite carcomida que combate políticas públicas para os mais pobres, mas não se acanha em usar e abusar das mordomias do Estado.
A uma ex-catadora de papelão, que se tornou presidente da Petrobrás, não é permitido roubar. Se roubou ou não pouco importa. Não é com isso que as madames bem-nascidas estão preocupadas. Ela simplesmente não pode roubar. Os maridos iluminados podem.
Num mundo em que todos comam, onde todas as classes, cores e credos sejam julgados da mesma maneira, como madame poderá ser madame? Como aeroportos poderão ter o vazio sepulcral dos lugares reservados a privilegiados?
É dolorosamente atual a frase de Raymundo Faoro: “Eles querem um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”. E como dói constatar que, depois de tantas lutas por direitos iguais, elas também querem isso.
Não são todas, é claro, para alívio da nação, mas a composição do Congresso que toma posse neste domingo, 1º de fevereiro de 2015, não deixa dúvidas quanto ao caráter conservador, machista, preconceituoso, da maior parte da sociedade brasileira.
O dinheiro pode ser livre – para quem convém que seja livre. Seres humanos têm que viver presos. Presos à moral alheia, presos a dogmas. E, aqueles que “não deram certo”, presos a grades. Quiçá, mortos.
Num país de senzalas inconfessas, não é de se espantar que distintas senhoras não se contentem em viver à custa de homens. Querem mamar nas tetas do erário. Não lhes envergonha em nada receber o “bolsa-madame”. Faz parte da nossa tradição secular.
Se forem vistas por aí em alguma passeata contra a roubalheira na Petrobras e contra o bolsa-família, dirão que estão lutando para salvar o Brasil. E serão capa da maior revista semanal, como já foi o “caçador de marajás”. A honestidade dos que dizem lutar contra a corrupção me comove. Nassif

NASSIF PREGA A DEMISSÃO DE MINISTRO DA JUSTIÇA

Segundo o jornalista Luis Nassif, a presidente Dilma Rousseff deveria substituir o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em razão de supostos abusos que estariam sendo cometidos pela Polícia Federal; "Dilma vem ultrapassando todos esses limites de desatenção", diz ele; "Provavelmente irá acordar quando um delegado do Paraná invadir o Palácio do Planalto para levar algum Ministro algemado"
Por Luis Nassif, do jornal GGN
A Polícia Federal invade a casa de Eike Baptista, antes mesmo que seja julgado, e apreende de tudo, até seu celular. Pula o muro da  casa do tesoureiro do PT João Vaccari Neto para levá-lo coercitivamente para depor. Delegados vazam informações seletivas para a imprensa, sem que nada ocorra. Outros são flagrados fazendo campanha para o candidato de oposição e nada acontece.
É o preço que Dilma Rousseff paga por sua teimosia e amadorismo de escolher um Ministro da Justiça pelo critério simpatia e bom papo.
Há limites para tudo: para o amadorismo, para as amizades, para a desatenção, para o descompromisso com a estabilidade.
Dilma vem ultrapassando todos esses limites de desatenção.
Provavelmente irá acordar quando um delegado do Paraná invadir o Palácio do Planalto para levar algum Ministro algemado. Brasil247

Com calor de até 40°C, Pará mantém presos em 'celas-gaiolas'

À primeira vista, o barracão com grades no teto por onde caminham os funcionários mais parece uma granja do interior. Mas as mãos erguidas e as roupas penduradas revelam que ali embaixo há pessoas encarceradas.
Chamadas pelo governo do Pará de estruturas em módulos de aço, as "celas-gaiolas" em presídios da Grande Belém são criticadas pela Justiça, pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pela Pastoral Carcerária pelas condições precárias.
As celas são compostas de paredes e portas de aço, com um pequeno banheiro fechado e teto gradeado. Com as altas temperaturas típicas da região Norte e sem ventiladores, as celas têm como um dos pontos mais críticos o calor.
"Eu entrei e não consegui ficar 15 minutos. A sensação é de que você está sendo cozido. Só indo lá para ver, de tão assustador", diz Adilson Rocha, presidente da Comissão de Acompanhamento do Sistema Carcerário da OAB.
A situação foi denunciada ao Ministério da Justiça.
O fim das celas em módulos de aço já foi cobrado também pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em 2010.
Naquele ano, o governo da petista Ana Júlia Carepa afirmou à Folha que esse tipo de cadeia "não era digno" e culpou a gestão anterior, de Simão Jatene (PSDB), o atual governador do Pará.
Já a gestão tucana, questionada sobre o tema novamente, afirma não ver irregularidades, mas diz que planeja desativar as unidades que estão com manutenção ruim.
Coordenador da Pastoral Carcerária do Pará, o diácono Ademir da Silva, 63, define como "desumana" a cela que ele chama de contêiner.
"É um lugar estressante. Os parentes trazem ventiladores, mas mesmo assim é um ar viciado, e a temperatura passa facilmente dos 40 graus."
Como o teto é vazado, o som externo atrapalha as aulas em uma das celas de aço. "Um preso do outro lado grita, bate na parede de ferro, faz barulho. O ensino se torna improdutivo."
Para o juiz Cláudio Rendeiro, da 1ª Vara de Execuções Penais de Belém, são ainda piores as condições nas centrais de triagem da capital, que são as antigas cadeias. Há celas com 30 homens, nas quais caberiam 6. Uma das unidades está interditada.
Em nota, a Susipe, órgão que gere os presídios, diz que os módulos de aço são comuns em prisões pelo mundo e que há modelos semelhantes em outros Estados.
As celas de aço, segundo a nota, "têm revestimento isotérmico com painéis isolantes de lã de vidro" e foram erguidas por empresa especializada em edificação prisional desse formato.
Até o final de 2016, o governo quer desativar as unidades de aço deterioradas. As celas de aço de três presídios em Marituba, na Grande Belém, serão mantidos.
O Ministério da Justiça não comentou o caso do Pará –a gestão dos presídios é estadual–, mas informou ter conhecimento de "estruturas análogas" em outros Estados.  UOL